terça-feira, 4 de maio de 2010
Villa Medici
A Villa Médici (eu acentuo) é um daqueles lugares fabuolosos de Roma, com uma vista incrível da cidade, é a sede da Académie de France na Itália. Estive lá com Sofia, aproveitei e fiz uma matéria para ANBA (Agência de Notícias Brasil Árabe), recorto um pedacinho do texto aqui, para contar a história desse palazzo. A Villa fica na colina do Pincio, que seria a oitava colina de Roma (a cidade é conhecida por suas sete colinas), se a região integrasse o que os romanos chamam de 'pomoerium', uma linha que criava uma fronteira imaginária, separando a cidade sagrada das outras terras, também romanas. Mas o Pincio está fora do tal 'pomoerium'.
A Villa Médici começou a ser desenhada entre 66 e 63 antes de Cristo, com a criação, primeiramente, do jardim, mas foi só em 1564, quando o cardeal Giovanni Ricci da Montepulciano, comprou o lugar é que se ergueu a residência principal. O cardeal chamou um famoso arquiteto fiorentino, Nanni di Baccio Bigio, e o encarregou da construção do prédio. Dez anos depois, Montepulciano faleceu, Bigio também, e o projeto ficou para os herdeiros, que nunca o executaram. A Villa ficou inacabada.
Outro cardeal, Ferdinando de Médici, em 1576, comprou a Villa dos herdeiros de Montepulciano, chamou outro arquiteto fiorentino, Bartolomeo Ammannati para, enfim, dar vida ao suntuoso projeto da Villa Médici. Ferdinando de Médici era um colecionador de arte e um mecenas, fez da casa principal uma verdadeira galeria, com espaço para esculturas inclusive nas paredes externas, na parte de trás da casa, que dá para o jardim à moda italiana, ou seja, sem flores, cortado seguindo formas geométricas, principalmente formando quadrados.
Ferdinando de Médici também mandou construir um bosque, onde podia caçar, e um estúdio privado, fora da casa principal. Para o estúdio, ele escolheu o jardim. O espaço tem afrescos do final de 1500. Na sala principal, pássaros e aves pintados no teto são as mais diversas espécies convivendo em perfeita harmonia. Alguns são raros, outros desconhecidos, que representavam o que se imaginava serem as espécies do Novo Mundo. Na sala de vestir, mais afrescos, com desenhos da época, entre outros, ilustrações das fábulas de Esopo. Os desenhos eram sempre acompanhados do símbolo dos Médici, que eram esferas, simbolizando a riqueza da família.
Em 1587, mais uma interrupção no projeto da Villa Médici, o cardeal foi chamado a Firenze para ocupar um posto importante. Deixou a Villa e quando decidiu se estabelecer definitivamente em Firenze, mandou buscar toda a sua coleção de arte. Com sua morte, a propriedade foi passada aos herdeiros de Ferdinando de Médici e ficou com eles até a venda a Napoleão, em 1803. A Villa era estratégica para o francês. Com Benito Mussolini no poder, a Villa foi confiscada da França em 1941, mas o período foi curto e, em 1945, a Académie de France voltou a ocupar a Villa Médici. Hoje, a Villa recebe artistas bolsistas. Que privilégio! São cerca de 20 selecionados todos os anos pelo governo francês. Uma das exigências é falar bem o francês. A outra é ter entre 20 e 45 anos e conhecer um pouco da cultura italiana. Mais infos. no site www.villamedici.it.
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