quarta-feira, 2 de junho de 2010
A primeira coletiva... a gente nunca esquece
Semana passada foi inesquecível: o dia da minha primeira coletiva em terras estrangeiras. Confesso que me perguntei, como fazem os correspondentes que, mal chegaram, e tem de produzir matérias. A tarefa é difícil, complicada. Primeiro, você tem de entender como chegar até os meios _ fisicamente, inclusive. Depois, tem se fazer conhecer pelas assessorias de imprensa (isso eu ainda não consegui) e aí, então, ser chamado para um lançamento, uma coletiva do governo, do Vaticano (no caso de Roma). No começo, nos primeiros dois meses, isso parecia impossível (imagina antes da internet), agora, no terceiro mês parece mais fácil. Vamos ver. A história toda é que, via a diretora do curso, chegue até a assessoria de imprensa do MAXXI, o mais novo e fantástico museu de Roma, e fui convidada para a coletiva de inauguração. Cheguei e, claro, meu nome não estava na lista. Enquanto esvasiava freneticamente a minha bolsa, na frente do segurança, procurando a minha carteira de jornalista (vencida, por sinal, mas essa info. estava em português e o pobre não percebeu), via entrar decenas e decenas de pssoas. Entrei. Ufa!! Lindo, o MAXXI é maravilhoso (depois passo o link da matéria). Embasbacada pela estrutura externa da 'grande jiboia", segui até a sala de imprensa. Seiscentos jornalistas do mundo inteiro se acotevalavam para sentar em 300 cadeiras, dispostas em frente ao, digamos palco. Que alegria, pensei, estou numa coletiva importante na Itália. A felicidade, no entanto, foi interrompida por um fotógrafo mal educado, que bateu a câmera na minha cabeça. Ufa, que grosseria, tinha esquecido dessa fase da 'vida coletiva'.
Mal me recomponho e sinto uma mãozinha delicada nas minhas costas, me virei, era, com certeza 'uma modela'. Como eu sei? Perna fina, magérrima, salto 30, vestido rosa, botox na cara. Pedia que virasse um pouco o meu pescoço na direção da direita, assim ela 'poderia ver melhor'. Tive vontade de responder: 'escuta, eu estou aqui trabalhando, sua vaca magra'. Mas me contive, poderia bem ser amante de um dos políticos ali da primeira fila e, bem na Itália nunca se sabe, melhor tomar cuidado. Entorto o pescoço, ligo o meu novo gravador (Sony digital e compatível com o MAC, assim espero) e, nessa posição, fico por quase uma hora ouvindo as pessoas falarem sobre o MAXXI. Tudo muito interessante. E eu na expectativa das perguntas, quando ouço o mestre de cerimônia encerrar ali a coletiva. Não entendi nada. No Brasil, coletiva é para jornalista perguntar e aqui?
Depois do encerramento da coletiva, fomos conhecer o museu, as exposicões e, claro, tomar prosseco. E valeu a pena. Fui salva pela arquiteta Zaha Hadid, que projetou o MAXXI, e deu belas frases sobre o seu museu-escultura, que coloca Roma, finalmente, no roteiro da arte contemporânea. Evviva o MAXXI!
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