domingo, 28 de março de 2010
Hopper a Roma
Domingo a tarde (como é primavera e temos um novo horário por aqui, a noite cai lá pelas 19h30 - Que ótimo!) fui ver Hopper. Caio na mesmice dizendo como o trabalho dele era fantástico, cheio de luz. No catálogo, uma frase resumo: 'quello che vorrei dipingere è la luce del sole sulla parete di una casa'. Se viesse a Roma, na primavera, encontraria uma luz fantástica. Mas não encontrei nada ali da Itália e o que encontrei de Paris e Inglaterra deixa claro o lugar a que Hopper pertencia: a América!! Paris e Londres são escuras, quase sombrias nas pinturas de Hopper (pelo menos nas que estavam expostas) enquanto que as paisagens estadunidenses são luminosas. Os quadros e os desenhos mostram todo o percurso de Hopper para alcançar tal luminosidade e entrar para o hall dos grandes pintores contemporâneos. As paisagens quase inverossímeis de tão tranquilas conflitam com o burburinho dos visitantes. São muitos, crianças de colo e maiorzinhas, adolescentes, pais e filhos num emaranhado de sons vindos dos 'audioguide'. Tudo destoa das paisagens de Hopper, mas ok, isso faz parte do processo. Na saída, faço mais um giro pelo centro histórico, estou sozinha hoje. E, sem sucesso, tento um lugar para sentar e comer, antes de voltar para casa. Nada, tudo cheio, cheio. É primavera!! Pego um táxi e paro aqui perto, Piazza Vescovio, e encontro um 'posto carino', pequenino e que tinha lugar para mim, uma pessoa sozinha. Ótimo, peço um prato delicioso (pasta com vongôle e bottarga 'che non era de atum', pois era vermelha, então não sei de que peixe era) e um bom copo de vinho. O lugar era um pouco sombrio, devo dizer, e depois do copo de vinho, pensei que os dois irmãos, donos do restaurante, pudessem ser mafiosos sicilianos. A noite terminou bem, bons sonhos...
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